Seriam energias renováveis uma contingência adequada para apagões?

“Em 2021, o maior risco é de apagão, e não de racionamento.” – O Globo “Risco de apagão volta a assombrar o Brasil por falta de chuvas e investimentos” – Correio Braziliense “’Há risco de apagão em horário de pico no 2º semestre’, diz Acende Brasil” – CNN Brasil

São manchetes como essa que delineiam o atual cenário energético do país. A infraestrutura de energia elétrica brasileira está sobrecarregada, devido a diversas razões, entre elas nossa atual matriz energética, composta em 75% por energia hidrelétrica. (GNPW, 2021).

Embora a energia hidrelétrica seja uma energia renovável, traz severos impactos ao ambiente em que as usinas são instaladas, além de ser uma fonte de energia altamente dependente de chuvas, que como se sabe, não são regulares no Brasil.

Nesse post, você entenderá porque investir em outras fontes de energia renovável, em pequena escala, como a solar e a eólica pode ser uma solução plausível e adequada para diminuir a iminência de apagões no país, devido à maior geração de energia e diversificação das fontes energéticas.

A importância da produção de energia renovável em pequena escala

Os pequenos projetos de produção de energia elétrica, solar ou eólica, armazenam a energia coletada em bancos de baterias. Isso possibilita seu uso fora da rede da concessionária de energia, além de manter seu acesso à energia, quando há falhas na rede da concessionária – como ocorrido no Amapá que, em novembro de 2020, ficou 22 dias no escuro.

As pequenas usinas, além de proporcionar conforto e economia para as unidades de consumo, também contribuem com a rede integrada, aliviando-a e armazenando picos de consumo, ajudando também a evitar os “apagões” – um corte ou colapso no fornecimento de energia.

Apenas em 2020, a geração de energia solar cresceu mais de 100% e, hoje, contamos com 4500 MWV instalados. Considerando o potencial energético do Brasil, ainda se pode crescer muito. A microgeração está crescendo rapidamente, para ocupar cada vez mais, uma parcela maior da produção total de nossa matriz energética.

A importância das baterias na produção de energia renovável

O grande desafio das fontes de energia renovável, assim como a energia hidrelétrica, é que não são constantes. Elas vêm e vão, tendo sua produção impactada diretamente pelo clima. O vento para, o sol se põe, as nuvens o encobrem. O ponto chave, portanto, é armazenar essa energia de forma eficiente. Diversos estudos e avanços tecnológicos apontam para uma velha conhecida, que vem crescendo em relevância no cenário energético: as baterias. Se tornando mais eficientes, com seus preços reduzindo, a tendência é que esse cenário fique muito melhor nos próximos anos.

Com baterias mais acessíveis, a capacidade de armazenamento de energia vem crescendo, com previsão de triplicar em 2021. Grande parte desse crescimento vem do crescimento dos sistemas OFF GRID, sistemas instalados em residências, como alternativa para as falhas do fornecimento da rede integrada, e principalmente, em residências que estão fora da rede da concessionária.

Milhões de pessoas não têm acesso à energia elétrica distribuída pelo sistema integrado, sendo um problema de âmbito nacional, principalmente presente, nas regiões norte e centro-oeste.

A demanda por energia e baterias para armazená-la cresce diariamente – e a falta de armazenamento tem consequências que, hoje, já conhecemos: apagões de dimensões extremas.

Após o mega apagão que atingiu todo estado do Amapá, se percebeu um movimento em busca de soluções, para evitar situações semelhantes no futuro. Isso levou a um aumento nas vendas e instalações de sistemas para geração e armazenamento de energia solar em pequena escala.

Com o movimento em uma crescente, devemos perceber nos próximos anos uma desopilação considerável da maior matriz energética brasileira – as hidrelétricas -, tendo uma produção de energia mais diversificada, com maior uso de energias renováveis e sistemas OFF GRID cada vez mais estruturados.

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